2004 – IST Tagus inicia-se no rastreio de satélites

Foi em Setembro de 2004 que o empresário do Taguspark, radioamador com indicativo CT1WO, Engº Victor Silvestre, lançou a ideia do estabelecimento de uma estação de rastreio de satélites no IST Tagus.

O Engº Victor Silvestre tinha sido responsável pelas estações de rastreio de satélites do POSAT, o 1º satélite Português, e era um radioamador experimentado que continuava com muita atividade no radioamadorismo científico.

A ideia foi apresentada ao coordenador do Curso de Engª Eletrónica do IST, Prof Moisés Piedade, também antigo radioamador, CT1ZO, que a apresentou ao Presidente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, DEEC,  Prof. Afonso Barbosa tendo recebido deste e também do Diretor doo IST Taguspark, Prof. Guilherme Arroz, acolhimento imediato. Em Setembro de 2004 foi encomendado o conjunto completo de equipamentos para a estação de rastreio de satélites no IST Taguspark que chegou no mês seguinte.

O IST estava a formar os primeiros laboratórios e oficinas no polo do Taguspark, apoiados pelas medidas de Qualidade no Ensino do IST e a prioridade foi instalar esses laboratórios, relegando a instalação da estação de radioamador para 2º plano.

Em 2005/2006 a AMRAD, dirigida pelo radioamador Mariano Gonçalves CT1XI, amigo de juventude de CT1WO e CT1ZO, em que faziam parte do “gang de VHF” como era conhecido este grupo de radioamadores, nos anos 60/70, estabelece uma parceria com o IST e colabora ativamente na instalação da primeira estação de rastreio de satélites,CS5CEP, provisoriamente instalada na sala 1.4.46, mas que só foi inaugurada em Março de 2008. Nesta inauguração foram também particularmente ativos vários alunos da Licenciatura em Engenharia de Redes e Comunicações “LERC” sob orientação  do Prof. Rui Rocha.

Um dos primeiros trabalhos foi seguir e descodificar os dados  emitidos pelo nanosatélite Delfi C3, um satélite em formato 3U (U é a unidade de nanosatélite – um cubo com aresta de 10 cm) o primeiro  satélite construido pela Universidade de Delft da Holanda. Este nanosatélite foi comprado mas a experiência científica foi desenvolvida pela Universidade Delft; não tinha armazenamento de energia e só funcionava ao Sol.

Na cerimónia de inauguração foi apresentada a ideia de construção de um nano satélite em formato 3U, proposta por Mariano Gonçalves, foi designado por Moisés Piedade por ISTnanosat e cuja página de internet apareceu em Julho de 2008. Foi definido nesta altura que o desenvolvimento e a construção do nanosatélite seria toda feita no IST, criando, assim, a oportunidade de envolver alunos no projeto de sistemas eletrónicos para o espaço.

Com a construção do último bloco do edifício do IST Tagus, os Profs Moisés Piedade e Guilherme Arroz negociaram com o responsável pela arquitetura do edifício a alteração do projeto da sala 0.77 onde se encontra a atual sala de rastreio de satélites.

Depois de uma primeira sugestão das consolas feita pelo colega Mariano Gonçalves, Moisés Piedade fez os desenhos que levaram à realização do mobiliário da sala. Este mobiliário foi realizado a partir de vários aproveitamentos de móveis metálicos, cedidos pelo INETI, e algumas alterações de mobiliário do IST, bem como algum investimento do INESC-ID e do DEEC, por funcionários do IST e sócios da AMRAD, nomeadamente: Moisés Piedade, Jorge Amarante, Diogo Sentieiro e João Pina dos Santos.  A estação viria a estar concluída em finais de 2010.

Na instalação dos sistemas radiantes destaca-se a colaboração de vários elementos da AMRAD e do IST , mas salienta-se a colaboração muito ativa dos colegas João Martins, Victor Silvestre, Rui Penaguião, Rui Rocha, Diogo Sentieiro, Moisés Piedade, Mariano Gonçaves, Jorge Amarante e João Santos.

Na nova sala da estação CS5CEP formou-se uma equipa de estudo de nanosatélites constituida por Moisés Piedade, Rui Rocha, Vitor Silvestre e Mariano Gonçalves (diretor de engenharia do projeto) que trabalhava e reunia periodicamente às 6ªs feiras. O trabalho avançou pouco neste periodo e só em 2011/2012 com teses de alunos do IST começaram a surgir os primeiros resultados, nomeadamente com o trabalho do aluno do IST João Ferreira.

 

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