A AMRAD teve um papel importante na na construção da estação de rastreio de satélites CS5CEP e na definição da arquitetura do ISTSat-1. A AMRAD acompanhou, também, o desenvolvimento do nano satélite nas diferentes fases. Tem , também, participado nas exposições e demonstrações do ISTSAt-1.
As novas antenas para melhorar a receção dos sinais do ISTSat-1, têm vindo a ser construídas em duas fases: a)-montagem dos elementos básicos e b)- construção da infraestrutura de suporte do agregado.
A estrutura de suporte das antenas tem vindo a ser construída com tubos e barras em fibra de vidro graciosamente fornecidos pela empresa STEP.
A construção tem seguido o projeto inicialmente concebido mas tem havido algumas adaptações.
A fase inicial teve inicio no dia 8 de outubro, véspera da data de comemoração dos três meses de vida do ISTSat-1, contando com dois trabalhadores radioamadores especializados: Moisés Piedade – CT2ZO e Rui Rocha – CT2KJR. O trabalho foi duro, demorou todo o dia, mas, felizmente, os trabalhadores sobreviveram.
Devido às previsões climáticas desfavoráveis, os trabalhos só recomeçaram do dia 12 de outubro, na parte da tarde, juntando-se à equipa inicial do dia 8 mais um trabalhador, um emigrante legal no IST Taguspark, também radioamador, Jorge Matias- CT2HBZ. Os trabalhos terminaram com a determinação do cento de gravidade da estrutura total, já com com as antenas montadas, para definir o ponto de ancoragem das antenas ao eixo do rotor de antenas.
O ISTSat-1 fez hoje, dia 9 de outubro, 3 meses de vida, à volta da Terra, sobrevivendo com a energia obtida do Sol e fazendo uma gestão muito criteriosa dessa energia.
Ontem, o ISTSat-1 passou algumas vezes sobre a estação CS5CEP, no IST Taguspark, enviando mensagens para a Terra. A potência dos sinais recebidos, proveniente dos seus dois emissores, chega mais reduzida do que seria de esperar, problema que ainda não está identificado pois a telemetria transmitida pelo satélite indica que tudo está correto. Todavia, o sinal mais fraco dificulta a receção na CS5CEP. Adicionalmente, foi detetada uma fonte de ruído local que tem grande intensidade, na vizinhança da frequência de emissão do ISTSat-1, que ainda prejudica mais a receção dos sinais. Esse ruído é, aparentemente, produzido por uma fonte emissora que não deveria usar esta banda de frequências. Esta banda é destinada apenas a atividades de investigação e desenvolvimento por radioamadores autorizados (licenciados) e que foi atribuída pela ITU e coordenada pela IARU para uso exclusivo do ISTSat-1.
Desde o lançamento do ISTSat-1 que a comunidade de radioamadores, especialmente em Portugal, tem mostrado um especial interesse neste projeto, procurando ajudar em vários aspetos. Em particular, dois experimentados radioamadores, Paulo Delgado-CT2GUR e Marco Dutra-CU7BC, da ADFMA, Açores, moradores em zonas com baixo ruído eletromagnético, montaram propositadamente recetores para receber o ISTSat-1 e têm-nos mandado as gravações das mensagens de telemetria recebidas do satélite. Essas mensagens têm vindo a ser descodificadas pela equipa do ISTSat-1. Na Tabela da figura seguinte pode ver um exemplo de uma das mensagens de telemetria recebidas no dia 1 de outubro, que resultou da descodificação de uma mensagem recebida e gravada por Paulo Delgado. A análise dos dados recebidos permite-nos perceber que todos os módulos do ISTSat-1, que estavam a intervir nessa altura, estão a funcionar corretamente. Podemos também perceber que o satélite está bem orientado e com alguma rotação lenta, mas que está dentro do erro permitido pelos algoritmos de estabilização de atitude do ISTSat-1.
Podemos também perceber que o sistema de proteção da bateria, contra regimes de cargas e descargas com temperaturas baixas, ativou o sistema de aquecimento da bateria usando a própria energia da bateria, para aumentar a sua capacidade e durabilidade.
A equipa está a melhorar o sistema de antenas do ISTSat-1, tendo em vista aumentar o ganho e a seletividade do sistema de receção dos sinais do ISTSat-1. Na Figura pode ver-se uma antena (gigante), em fase de construção, constituída por 4 antenas yagi para 144-146 MHz, organizadas num agregado de 2 antenas cruzadas, “cross-yagis”, excitadas por “dipolos dobrados” – antenas do tipo LFA “Loop Fed Array”.
O projeto de investigação Eye in the Sky fez história no dia 19 de setembro, ao lançar duas aeronaves a partir de balões a grande altitude, a 15 e 30 km respetivamente, alcançando um recorde nacional de voo de aeronaves não tripuladas em Portugal. Os voos, operados durante o exercício da Marinha Portuguesa REPMUS 24 (Robotic Experimentation and Prototyping with Maritime Unmanned Systems), com o apoio e colaboração da Célula de Inovação e Experimentação Operacional de Sistemas Não Tripulados da Marinha Portuguesa (CEOV), culminaram ambos com retumbante sucesso, com a aterragem de ambos os sistemas no NRP Setúbal.
O projeto Eye in the Sky, coordenado pelos investigadores Alexandra Moutinho e Carlos Henriques, e desenvolvido no âmbito do Instituto de Engenharia Mecânica através de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, permite fornecer uma cobertura alargada ao nível das comunicações e de imagens aéreas. Este projeto poderá assim ter aplicação na deteção e vigilância de incêndios, colocação de sensores em áreas remotas, oceânicas ou terrestres, e ainda como satélite temporário para observação da Terra ou repetição de comunicações de emergência. Destaca-se ainda, que a rapidez e facilidade de lançamento e as reduzidas assinaturas térmica e acústica tem atraído o interesse de potenciais utilizadores nos domínios civil e militar. A Marinha, através da CEOV e do NRP Setúbal, contribuiu para o projeto através da cedência de hardware dedicado, otimização da aeronave e sua integração do sistema no comando e controlo e comunicações, bem como todo o apoio logístico necessário à realização desta experimentação.
A Zona Livre Tecnológica da Marinha Portuguesa em Troia, onde decorre o exercício REPMUS 24, de 9 a 27 de setembro, oferece condições ideais para o teste de novas tecnologias, ao possuir um enquadramento regulatório diferenciado, e onde o Instituto Superior Técnico tem participado, juntamente com a Marinha, em projetos de investigação e núcleos de estudantes.
No dia 14 de setembro, um conjunto de veraneantes aproveitou o dia, com muito sol e com vento também muito forte, para repousar no terraço do telhado do IST Tagus.
Foram chegando aos poucos: Pedro Amado, Jorge Matias, Sara Marrecas, Rui Caldeira, Renato Encarnação, Rui Rocha e Sofia Romeiro.
Estava difícil passar o tempo e o grupo, para se entreter, resolveu desmontar as antenas da Torre Sul e começar a montar as novas antenas a partir das peças constituintes.
Trabalho começou a ficar mais organizado.
Mas acabaram por montar duas antenas e concluir que seria má ideia acabar o trabalho nesse dia, não vá faltar no dia seguinte. Assim, a equipa deixou algum trabalho por fazer para o dia seguinte, pois queria aproveitar mais um dia magnífico de sol e vento.
O IST e a AMRAD resolveram montar um agregado de duas novas antenas Yagi para a banda de VHF de radioamadores, tendo em vista melhorar a capacidade de receção da emissão proveniente do ISTSat-1. Cada antena dispões de duas antenas Yagi, ortogonais, para se obter a capacidade de receber ondas eletromagnéticas com polarização circular.
As novas antenas são gigantes pois têm 6,5 m de comprimento e devem estar separadas de cerca de 4 m, o que obriga a construir uma estrutura reforçada, para suportar as antenas, em materiais resistentes que não sejam eletricamente condutores.
No dia 6 de setembro, os radioamadores Rui Rocha, CT2KJR, e Moisés Piedade, CT2ZO, visitaram a empresa STEP que fabrica estruturas reforçadas em fibra de vidro, para ver se a empresa produzia materiais apropriados para construir o agregado de antenas. O Engº Ruano, sócio e administrador da STEP, recebeu a equipa muito amavelmente e proporcionou uma visita guiada à empresa. Propôs-se oferecer os materiais que fossem necessários para construir o agregado de antenas. Desde logo ficou claro que os visitantes não tinham meios de transporte para as grandes peças em fibra de vidro.
No dia 13 de setembro, o radioamador Vitor Silvestre CT1WO, acompanhado de Luís Rodrigues, CT1EEQ, trouxe o seu velho camião TIR, de caixa aberta, para transportar os materiais em fibra de vidro da STEP para o IST. Depois de cortadas as peças e carregada a carrinha verificou-se que, dos cinco ajudantes, quatro eram engenheiros do IST, formados na década de 70, sendo três de Eletrotecnia e um de Mecânica, o Engº Ruano, mas o seu filho tinha acabado de entrar em Engenharia Eletrotécnica no IST.
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