Um Centro Espacial no concelho de Oeiras

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A instalação e funcionamento permanente de uma estação para o rastreio de satélites, nasceu em 2005 de um projecto de parceria, originalmente promovido por diversos professores universitários do IST-TAGUS, em colaboração com a AMRAD e outros profissionais de engenharia e empresários situados no Parque de Ciência e Tecnologia. Todos eles são, ou foram nas suas juventudes, amadores de rádio.

O objectivo é fazer ensino científico, através da aplicação da tecnologia, exercitando a capacidade de implementação e realização pelo menos de parte das matérias estudadas. O domínio aeroespacial está (gratuitamente) aberto aos alunos das licenciaturas de:

– Engenharia Informática e Computadores,
– Engenharia das Redes de Comunicações,
– Engenharia e Gestão Industrial,
– Engenharia Electrónica.

A estação terrena equipada para rastreio de todos os tipos de satélites do serviço de amador, foi criada e licenciada pela AMRAD em parceria com o IST no ano de 2006, já possui um indicativo oficial de chamada que é:

CS5CEP (Centro Espacial Português).

O indicativo foi proposto e conferido pela ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações, também ela com o seu centro de fiscalização e laboratórios radioeléctricos instalados no concelho de Oeiras.

Este projecto é um esforço integrado, para a promoção da economia do conhecimento, um projecto partilhado por diferentes entidades, cujo único objectivo, é o de promover a Cultura da Ciência e Tecnologia.

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Na imagem, professores do IST, e peritos de informática, ultimam alguns aspectos relativos com a automatização da estação, dedicada à recepção e processamento de imagens de satélite.

A AMRAD associa-se ao Instituto Superior Técnico no Parque de Ciência e Tecnologia, na procura de espaços culturais alternativos, especialmente dirigidos para os aspectos da educação e da qualificação técnica dos jovens, que anseiam por obterem níveis de conhecimento científico.

Embora alguns autarcas assim não o entendam, ainda, a verdade é que hoje dia 10 de Junho de 2007, o próprio Presidente da República, não se resigna com os baixos indíces de qualificação da população juvenil e ainda, com o abandono escolar.

A educação das crianças e jovens é um imperativo nacional, e todo este esforço conjugado, tem sido desenvolvido, lamentavelmente sem o apoio de outras entidades com responsabilidades no desenvolvimento sócio económico do próprio concelho de Oeiras, fazendo parecer que mais competências e mais tecnologias, são coisas menores e de pouca importância.

A AMRAD está hoje confrontada com graves problemas estruturais, faltam instalações onde se possam promover acções dirigidas para os mais novos, precisamente as crianças e jovens que são alunos do ensino básico e secundário no concelho de Oeiras. Outrora a AMRAD desenvolvia actividades no Centro de Juventude Oeiras, um espaço público, onde gratuitamente a AMRAD funcionava desde o ano de 2000. São acções distintas, promover a cultura da tecnologia e da ciência junto das crianças, e desenvolver projectos de engenharia, com jovens vocacionados e dotados de outras competências.

Em acções recentes, conduzidas pela AMRAD junto de escolas do ensino secundário do concelho de Oeiras, o rácio dos jovens que escolhiam ciências, era inferior a 15%. Como pode um país e uma população preparar-se hoje, para daqui a 20 ou 30 anos, poder estar mais apta a ser concorrencial nos mercados industriais europeus. Estará Portugal condenado a ser eternamente um país de construção civil, turismo e serviços, prestados aos turistas que nos visitam?

Publicado em CS5CEP