Depois da AMRAD ser impedida pela autarquia, de participar na Semana da Juventude (30 Abril a 4 Maio).
Crescimento e Desenvolvimento Sustentado
O concelho de Oeiras é parte da grande região metropolitana de Lisboa, faz parte de um vasto conjunto de municípios que em geral tem sido governados por cidadãos cujas origens provém de outras regiões do nosso imenso Portugal e que em tempos idos, legitima e naturalmente escolheram a área metropolitana de Lisboa para viverem, ou então, porque se filiaram em partidos políticos, e foram indigitados para governar determinados municípios, que são estrategicamente importantes para a malha política do tecido partidário português.
Com o passar das gerações, todos nós, nativos destes lugares da imensa região de Lisboa, sentimos e verificamos com o passar dos anos e dos sucessivos mandatos autárquicos, que esses políticos poderão ser pessoas, menos sensíveis e menos dispostas à criação de factores endógenos de desenvolvimento sustentado para a região de Lisboa, buscando soluções mais centradas na exploração dos recursos existentes, no fundo, centrados na colonização e ocupação dos territórios de maior afluência quer de riquezas, quer das populações que legitimamente procuram trabalho e melhores oportunidades de vida.
A explosão demográfica e crescente falta da qualidade de vida
Ocorreu que, por toda a região metropolitana de Lisboa, a ocupação territorial cresceu exponencialmente triplicou nos últimos 30 a 50 anos, são resultado do péssimo ordenamento territorial, da ausência da descentralização e da má distribuição de riqueza e oportunidades. Mais de 87% da população portuguesa desloca-se, emigrando para o litoral e grandes áreas urbanas. AS ONG tem o dever de reflectir sobre o assunto, de trabalhar e promover soluções alternativas, que nos ajudem a gerar mais harmonia social e económica, destinada a todos os cidadãos.
Em outros países europeus, as coisas são diferentes, por exemplo em Zwole que é uma cidade situada na Holanda, um lugar onde vivem alguns amigos holandeses, que tem de comum connosco oeirenses e portugueses, coisas como as áreas de formação e qualificação profissional e técnica, eles gostam de comunicar, são dedicados às causas comuns, também são amadores de rádio, são profissionais especializados, são professores, são pais e cidadãos atentos, cidadãos empenhados nos destinos das suas próprias comunidades. Tal como nós tentamos ser.
Só que eles são livres, vivem numa democracia plena, tem recursos materiais, possuem infra-estruturas e podem trabalhar, nós ainda temos de lutar, para nos deixarem evoluir e prosseguir, sem barreiras e impedimentos políticos camufladas.
Ao contrários dos países baixos, não dispomos de condições materiais, nem possuímos infra-estruturas, nem adequadas, nem suficientes, das poucas que ainda existem, deveríam e poderiam ser partilhadas ou destinadas a esses fins educativos e sociais, susceptíveis de permitirem o crescimento endógeno do nosso concelho.
Contudo, ambos os lugares, a cidade holandesa de Zwole e o município português de Oeiras, são parte de um novo espaço de cidadania europeia, a União Europeia, um projecto em que nós, portugueses e holandeses apostamos, acreditando numa nova ordem de valores, de direitos e deveres pela cidadania europeia, pelo desenvolvimento e bem-estar social de todos os cidadãos.
Ajudar a desenvolver, viver e crescer em harmonia
A Direcção da AMRAD recebeu ontem em Cascais (não em Oeiras …), um dos nossos amigos e colaboradores holandeses, que acompanhado da esposa, veio de novo, para visitar Portugal.
Discutimos novos projectos, traçámos novos horizontes, e tudo isso nos levou a novas reflexões, algumas que nos entristecem (e que nos colocam no patamar dos miseráveis e excluídos …), outros que nos podem enaltecer, ficamos por esta última, reflectindo na verdade da primeira.
Focados nesse acreditar alguns portugueses, ao lado desses parceiros holandeses, letonianos, húngaros e franceses membros e dirigentes de organizações não governamentais, professores e directores de escolas, lançam-se no desenvolvimento de projectos conjuntos, ultrapassando as barreiras linguísticas, na esperança de valorizarem, em vida, esse espaço comum de uma nova cidadania europeia, composta de 27 nações e estados soberanos.
Ninguém imaginava, que em Portugal, tivessem como opositores desse exercício de cidadania, e dessa tentativa de valorização cívica, educativa e cultural, a própria autarquia, onde alguns membros da edilidade, tem acicatado e movido todos os meios ao seu alcance, para dificultar ou impedir a AMRAD e os seus directores e membros de prosseguirem no seu trabalho pela educação e qualificação de crianças e jovens em idade escolar, em alternativa a outros modelos de menor pendor social. Quando buscamos e recreamos as oportunidades de formação e qualificação que nos foram negadas ou não obtínhamos durante as nossas infâncias e juventudes, conferindo alternativas aos nossos filhos e netos. Parece-nos ser uma aspiração natural e legítima.
No dia 29 de Março de 2008 e há semelhança de outros anos atrás, realizou-se o «dia da técnica» uma actividade educativa, que se desenvolve em cada uma das escolas dos países que atrás referimos, em que a AMRAD tem participado e que antes realizava no centro de juventude em Oeiras, mas que em virtude de estar impossibilitada de o fazer, por determinação da edilidade, esta jornada educativa foi realizada noutros espaços situados dentro do concelho de Oeiras (enquanto nos for possível, não abandonaremos a Nossa terra de origem).
É assombroso fazer um balanço, sobre aquilo que representam este tipo de iniciativas, comparativamente com Oeiras em Portugal na Holanda em Zwole participaram os pais de quase todos os alunos, e a jornada de ciência e técnica envolveu quase um milhar de familiares e amigos dos alunos da escola o.b.s. De OCTOPUS, na primeira imagem em cima. Em Oeiras o evento decorreu pela primeira vez, num espaço temático, criado dentro de uma universidade de engenharia situado no parque de ciência e tecnologia. Participaram menos familiares, mas de todas as formas, entre crianças e jovens, alunos de engenharia, professores e profissionais de engenharia, técnicos e peritos de diferentes áreas ligadas à indústria, estiveram mais de duas centenas de pessoas.
O modelo português do «dia da técnica» convida e conduz os pais e familiares das crianças e jovens estudantes, a passarem uma jornada onde se desenvolvem e recriam tarefas práticas e funcionais de ciência e tecnologia, com ensino experimental das ciências, incluindo a montagem e colocação em funcionamento de circuitos e sistemas electrónicos, de informática, radioelectricidade e robótica.
Dado que a Câmara Municipal de Oeiras recusou liminarmente (a partir de Março de 2007) conferir qualquer tipo de apoios, nem pontuais, a estas actividades e iniciativas conduzidas em Portugal pela AMRAD, foram os parceiros europeus que ofereceram os Kits técnicos, que foram depois montados e testados pelas crianças portuguesas, naturais e residentes no concelho de Oeiras.
À guisa de balanço, é determinante prosseguir sem medos nem receios de nada nem de ninguém, seria uma atitude de laxismo, despedida de sentimentos humanos e de ausência de valores morais e de cidadania, deixar de acreditar na elevação cultural, no dever e direito cívico, e ainda, na necessidade de educar e qualificar os nossos próprios filhos e netos. Particularmente num país que é pobre, que é infelizmente o menos qualificado no domínio tecnológico e industrial, do de todos os restantes países europeus, no centro daquilo que são hoje este projecto comum a que se chama de União Europeia.
Acreditamos que outros dias virão, em que talvez, outros dirigentes autarcas detenham sobre estes assuntos e imperativos nacionais, uma visão estratégica, mais humana e social, despida de revanchismo e má-fé.
A Direcção da AMRAD
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