Esteve e manteve-se afectado o socorro às populações vítimas do mau tempo, assim como o socorro a doentes urgentes, tudo em virtude de falhas graves no funcionamento regular do sistema de telecomunicações SIRESP que equipa quer o INEM, quer a Protecção Civil nacional e municipal, nas situações regulares de serviço e também em condições de emergência.
A rede de comunicações SIRESP usada pelo INEM, pelas Polícias e pelo Bombeiros, falhou durante o temporal do passado fim-de-semana. Foi também afectado o socorro às populações vítimas do mau tempo, mas também de doentes urgentes.
Segundo declarações à televisão de Queluz de Baixo, o ministro da Administração Interna afirma que «obviamente» vai aplicar multas à operadora, por quebra contratual.
O sistema de telecomunicações SIRESP nunca deveria falhar, nem com um abalo sísmico, mas falhou com uma vulgar tempestade de inverno. O sistema começou a ter falhas logo pelas 06:18 horas de Sábado dia 20 de Fevereiro, e as condições em mais de 8 horas não melhoraram, mas agravaram-se às 15:00 horas desse mesmo dia, quando sofre uma interrupção durante mais de duas horas.
Pois foi assim, que os ventos de inverno do passado fim-de-semana, vieram demonstrar que nem as polícias, nem os bombeiros, nem os profissionais de emergência médica e também os serviços da protecção civil, nenhum destes serviços de socorro e emergência poderão oferecer respostas adequadas junto das populações que servem em casos de segurança e catástrofe natural, pois não podem confiar na fiabilidade da redundância técnica dessa rede de telefones e de dados que os políticos compraram recentemente por 500 milhões de Euros e colocaram a funcionar desde 2010.
Trata-se de uma situação recorrente, identificada, sucessivamente alertada por peritos em telecomunicações e radiocomunicações tácticas e de emergência.
Considerando que os políticos, por manifesto desconhecimento técnico, optaram assim por sistemas tecnicamente frágeis em condições extremas, incapazes de garantir e suportar redundâncias. Tais opções políticas, impediram mesmo a instalação e manutenção de sistemas dedicados para radiocomunicações de emergência, que seriam de facto, um suporte alternativo e interoperável com todas as redes de rádio e comunicações, durante a ocorrência de graves falhas de comunicação e socorro, que como se comprova, elas falham quando mais necessárias são.
Aqui se incluem e em alternativa, a liminar exclusão dos serviços de voluntários para as radiocomunicações de emergência, prestado há mais de 90 anos pelos amadores de rádio, em condições extremas de paz e guerra.
Tratam de cidadãos e de organismos associativos, mais de 5.500 operacionais, que são sistematicamente excluídos, para justificação e defesa dos grandes acordos e negócios de centenas de milhões de Euros, como foram no passado recente a implementação do sistema SIRESP e cujas consequências tem sido evidentes nestes últimos anos. Porque não são sistemas concebidos para funcionarem em condições extremas e assim suportarem as complexas redes integradas das modernas telecomunicações digitais, de relevante conforto, mas apenas quando não ocorrem falhas ou instabilidades no sistema.