Rádio-Intimidação e Cyberbullying um fenómeno antigo

ham radio cyberbullying

 

O assédio moral, a intimidação e a ameaça feita à distância, através dos meios de comunicação, à semelhança do cyberbullying é uma mesma prática recorrente, camuflada e veiculada pelas tecnologias da informação e da comunicação, susceptível de suportar comportamentos desviantes, deliberadamente continuados e hostis, criteriosamente executados por um ou mais indivíduos em grupo (gangs) com a intenção de prejudicar outrem de
má-fé ou de forma criminosa.

O cyberbullying cuja origem e presença estão hoje identificados nos meios de comunicação como a Internet, os telefones, sejam celulares ou das redes fixas, e ainda através dos meios de rádio acessíveis ao cidadão comum, onde esses meios são empregues para veicular de forma selectiva ou difundida, as mensagens de texto, as imagens, mensagens faladas ou outras formas de ameaça e perturbação, incluindo emissões de jamming, com a intenção deliberada e maliciosa de ferir, humilhar ou constranger outra pessoa. Num processo mais avançado, terrorista e criminoso, poder fazer detonar um dispositivo remotamente controlado ou outros tipos de danos.

Tem sido mediante o recurso e emprego dos meios radioeléctricos que se tem feito, na prática, muito daquilo a que hoje se está a denominar por cyberbullying, sendo infelizmente já uma matéria recorrente com mais de 90 anos. Foi empregue durante as guerras, com propósitos estratégicos de interferir os serviços de comunicações das forças inimigas, ao fazer guerra electrónica, mas também tem sido criminosamente usado por muitos utilizadores de um rádio, em todas as faixas de frequência e serviços, incluindo o de amador, e também nas faixas livres disponíveis ao cidadão comum, onde se empregam redes de rádio pessoais, como o CB ou PMR.

É claro que foi a massificação das telecomunicações e a comercialização livre dos meios de rádio que fizeram agravar esse fenómeno que hoje se reflectem na maldade, na má-fé e até da covardia de muitos, demasiados seres humanos. Não é um fenómeno novo, mas foi acentuado com o acesso das crianças às telecomunicações, como a Internet e os telefones celulares, para gáudio dos operadores que exploram e lucram com todos esses defeitos e movimentos hostis sem sentido social, que o consumo da comunicação produziu sem retornos benignos, particularmente para as crianças e jovens em idade escolar.

Nuca se falou tanto aos telefones nem nas ligações da Internet, muitas vezes para pouco saberem ou querem dizer de bom e útil uns aos outros.

Infelizmente também os radioamadores estão sujeitos e inseridos nesse triste e vergonhoso fenómeno, quer através da rádio e dessas suas ligações radioeléctricas, feitas pela comunicação directa ponto a ponto, pelos seus QSO em roda e também por via dos repetidores e até dos satélites, embora a estes só uma minoria mais qualificada lhes possa chegar.

O radioamador dispõe e tem acesso à Internet como qualquer cidadão acede às telecomunicações.
Considerando que muitos desses titulares é mais um cidadão deslumbrado pela comunicação do que pelas ciências e tecnologias da rádio ou das radiocomunicações.
É conhecido que entre esses, particularizando os comunicativos, existem alguns que também se ligam e telecomunicam através de clusters e por outras ligações de grupos disponíveis nas redes digitais da Internet, onde os do cyberbullying, podem pela calada e de forma covarde, escondidos, perseguir outros cidadãos, perseguir os colegas, perseguir os dirigentes associativos e perseguir as associações de que não gostam, tentando produzir mal, actuando camuflados nessas e outras redes de ligação por IP, mais difíceis de serem identificadas, sem o apoio das empresas operadoras e recurso a meios técnicos e ferramentas dedicadas.

Estes não são nem crianças, nem jovens, esses são alguns, uma manifesta minoria, auto denominada por radioamadores, eles de facto são titulares do CAN (Certificado de Amador Nacional), mas certamente que não são amadores da Rádio. Estão entre as outras pessoas que podem ser avós ou pais, tios ou irmãos, primos, familiares dessas crianças e jovens, de todos os outros cidadãos, homens e mulheres, que são potenciais vítimas, ou até os provocadores desse fenómeno que hoje lhe chamam de cyberbullying e que se tem sentido crescer e acontecer na Rádio por via dessa contaminação da intimidação e ameaça de harmonia e elevação cultural que é a excelência do Radioamadorismo.

Um fenómeno que há muitas décadas se conhece, e que se emprega de forma legítima na defesa de uma Nação, na despistagem de terroristas e na procura de criminosos, a que se chama de guerra electrónica.

Dan Olweus é um cientista sueco, que durante anos estudou profundamente este fenómeno dos tempos modernos, definindo esse tipo de assédios em três termos essenciais:

– comportamento agressivo e pela negativa;
– comportamento executado repetidamente;
– comportamento do relacionamento por desequilíbrio de poder das partes;

Divide esses comportamentos em dois níveis de assédio:

– directo;
– indirecto, também conhecido como agressão social

Considerando que o bullying directo seja a forma comum dos agressores masculinos (bullies). A agressão social indirecta seja a forma comum do sexo feminino e das crianças pequenas, caracterizada por forçar a vítima à exclusão e isolamento social.

Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

– espalhar comentários;
– recusa em se socializar com a vítima;
– intimidar as outras pessoas que se socializam com a vítima;
– ridicularizar os aspectos socialmente significativos (etnia, religião, incapacidades, pontos de vista, recursos económicos e materiais, etc.).

O assédio ocorre em múltiplas situações, nos grupos, pontos de encontro, locais de trabalho, entre vizinhos, dentro das comunidades. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é típica e evidencia o agressor da vítima.

Para aqueles que estejam por fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende da percepção da vítima, que parece estar a mais e intimidada a oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou mesmo por perda dos meios de subsistência. Assim conclui o Dr. Dan Olweus.

Publicado em Radioamadorismo, Sem categoria