– Quem não se lembra destes momentos anteriores ao 25 de Abril de 1974?
– Quem não se recorda da repressão que então nos era imposta e que todos vivíamos.
Hoje continuamos mergulhados no populismo e no obscurantismo, sendo-nos impostas as mais barbares medidas de repressão e ostracismo, do tipo de: «quem não é por mim é contra mim» sem que se saiba elevar a diversidade cultural e de pensamentos.
Recordar hoje e no ano de 2008 a noite do dia 24 de Abril de 1974, é reflectir em tudo aquilo que ainda é necessário e imperativo fazer por Portugal e pelo concelho de Oeiras em particular.
Recordar Abril, é pois importante, para melhor se compreender daquilo que nos é imposto promover e garantir pela Liberdade e Democracia em Portugal, passados 34 da Revolução dos Cravos.
António Gedeão foi poeta, foi professor e historiador da ciência portuguesa, nasceu em Lisboa no ano de 1906 e faleceu em 1997.
António Gedeão, era o pseudónimo do Prof. Rómulo de Carvalho, licenciado em Ciências Físico-Químicas, exerceu a actividade de docente.
Rómulo de Carvalho manteve durante toda a sua vida, um papel importante na divulgação dos temas científicos, e revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo, a que se lhe viriam juntar muitas outras obras. Na sua poesia, as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, e com muito rigor científico, ele também nos comunica do sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção, a destacar a «Pedra Filosofal» em que «o sonho comanda a Vida». Que teve um papel importante na luta contra a ditadura fascista em Portugal e que ainda hoje se mantém absolutamente actual.
Portugal, já no século XXI, infelizmente ainda necessita dessa intervenção, exercida através da democracia e também da elevação das ciências e do conhecimento, ou quer ainda, pela luta e libertação dos cidadãos, contra a opressão cultural, a ignorância e o laxismo do poder político, contra a cristalização, a má-fé, a exclusão económica e social, contra o ostracismo político, pela liberdade de expressão e contra o delito de opinião que ainda se impõem em muitos círculos. Uma forma de opressão, de perseguição, exercida contra todos aqueles que se manifestam com pontos de vista diversos, ou revelam factos, essencialmente importantes e necessários à criação da Democracia e do Estado de Direito plural, num verdadeiro atentado, criminoso, contra os Direitos Liberdades e Garantias dos Cidadãos.
Não era este, certamente, o 25 de ABRIL de 1974 que todos ambicionávamos alcançar, e que, iludidos, iremos de novo celebrar dentro de mais alguns dias.
Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada.
(…) Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança
como bola colorida entre as mãos de uma criança. (…)
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