Esta foi conclusão reiterada na Conferência que decorreu em Almeirim no maior aprumo, com elevação e sentido cívico, uma iniciativa promovida pela Associação de Radioamadores do Ribatejo e onde participaram 19 associações portuguesas, numa vasta assembleia com mais de duas centenas de conferencistas, uma das mais amplas e plurais participações nacionais dos últimos anos.
O serviço de amador, vulgo radioamadorismo, recomenda-se e está empenhado em criar um organismo federativo nacional, e dentro da IARU (confederação internacional de federações nacionais).
A questão é criar representatividade nacional dos 5.500 radioamadores licenciados pela ANACOM, a sugestão: partir para novas soluções.
Foi assim marcada uma posição unânime de todos os dirigentes e representantes das 19 instituições presentes.
De salientar a brilhante apresentação do Prof. Luís Cupido, CT1DMK, alusiva a aspectos interdisciplinares do radioamadorismo técnico, que estão para além da comunicação, centrados na exploração do espaço profundo e sem limites (na imagem em baixo).
CT1DMK demonstrou que o Radioamadorismo nunca se esgotará, pois em matéria de Ciências Radioeléctricas, temos tudo para saber e fazer.
Miguel Andrade, CT1ETL, explorou com subtileza os aspectos do associativismo nacional, apelando para a necessidade de participação cívica dos amadores e dos cidadãos em geral.
Nenhuma entidade aflorou o passado, embora todos tivessem lamentado a actual situação, reconhecendo da necessidade de se proceder a uma rápida estruturação do movimento associativo, em torno de um organismo federativo.
Colocamos de novo e como sempre, o assunto recorrente da falta de constitucionalidade, das medidas impostas pela IARU quer em Portugal, quer na União Europeia. Condição que a REP explora de forma hostil, sustentando uma posição de exclusividade, e em seu favor, desde 1974 .
Sobre a conferência a questão agora é saber se:
– Daqui a mais um ano voltamos a Almeirim para debatermos todos o mesmo assunto – Federalismo, sem que mais nada se tenha feito entretanto, ou se, ao invés disso;
– Vamos todos e já, atacar o problema seguindo as vias legais que o estado de direito e a democracia nos conferem, de molde a combater veementemente e sem reservas, atitudes de caciquismo organizado que durante 30 anos nos impedem de elevar aspectos essenciais para a organização e valorização sócio-cultural do movimento associativo português;
À guisa de reflexão, apreciando factos recentes:
Portugal terá perdido nos últimos cinco anos, a oportunidade ímpar de ter criado em 2001 um organismo federativo dentro do quadro confederativo da IARU, quando em Junho de 2001, foi aprovada por unanimidade na maior assembleia-geral da REP de todos os tempos, a criação de um organismo federativo, que poderia ter sido o embrião de uma Federação Nacional, caso a direcção que lhe procedeu, tivesse dado o devido e legal provimento. Infelizmente não deu, por motivos conjunturais que ainda hoje se desconhecem e nunca foram legalmente justificados e investigados.
De referir a participação de Paulo Calvo, CT1IDW, actual presidente da REP, reconhecendo como um imperativo, o assunto em debate, prometendo que tudo faria, para apoiar iniciativas emergentes na defesa do Radioamadorismo Português. Facto que nos apraz, e que contrasta com a anterior postura de ostracismo e exclusão imposta pelos recentes órgãos sociais desta associação que nem sequer é federação, mas está confederada na IARU, assumindo uma representatividade nacional que, não só não dispõe, mas para a qual, os estatutos de associação não lhe conferem esse direito de representação nacional.
Uma palavra de apreço e reconhecimento, pela contribuição de todos, em destaque, pela direcção e toda a equipa de colaboradores da ARR. O Ribatejo está de parabéns.
AMRAD em Páginas Sociais