Imagem em cima, é uma vista parcial da estação de CT1CPS João Figueiredo da Costa agora definitivamente residente em Portugal (foi CR6OR e ZS1XP), é neste lugar, uma quinta no concelho do Cartaxo, onde mantém em funcionamento uma estação do serviço de amador para apoio internacional aos velejadores.
O Portuguese Maritime Net foi uma rede de rádio criada em Portugal no ano de 1989 com o propósito de se acompanhar e apoiar o primeiro velejador português que realizou uma viagem de circum-navegação em solitário, tendo realizado mais tarde a rota do descobrimento da Índia e a rota do descobrimento do Brasil em 2000.
Em cima momentos em Saldanha Bay, durante a escala do CASVIC para manutenção, estão João Costa ZS1XP ao lado de Manuel Gomes Martins, era já a viagem de regresso, com 2/3 da circum-navegação cumprida, tinha cruzado o Cabo da Boa Esperança na África do Sul.
Na imagem de baixo, já passados 2 anos da partida, era o reencontro com o CASVIC a bordo do MELIA ao largo de Cascais, às 02:00 horas da madrugada. A bordo do veleiro escola MELIA um veleiro de instrução de vela de oceano, estão CT1XI e CT3BD com jovens instruendos.
Na imagem em baixo, momentos do regresso do CASVIC em 1991, entrada na barra de Lisboa, em Oeiras.
O Portuguese Maritime Net operava na frequência de 14,318 MHz, ao lado de duas outras redes internacionais a alemã e a inglesa. Era uma rede de apoio prestada por amadores de rádio ao serviço móvel marítimo.
Tudo tem uma história, Manuel Gomes Martins fazia parte de um grupo português de velejadores de oceano onde durante vários anos se tinha dedicado à construção amadora de um veleiro em aço, com 11 metros de comprimento, de nome CASVIC (com origem em Cabo de S. Vicente). Faziam parte desse grupo alguns amadores de rádio, igualmente velejadores e mergulhadores amadores.
Quando concluiu o veleiro Manuel Martins iniciou a preparação de uma circum-navegação, tratando-se de uma viagem de dimensão mundial, seria estratégico por questões de apoio humanitário, conseguir reunir em torno desta iniciativa mais alguns voluntários, existem sempre portugueses nos quatro cantos do mundo e rapidamente se associaram, primeiro na Madeira o CT3BD e depois na África do Sul um amigo de há 30 anos, o ex. CR6OR, com a estação ZS1XP, um veterano da vela de oceano.
João Costa ZS1XP (ex. CR6OR de Angola) era um operador polivalente, possuía vastos conhecimentos técnicos na construção naval, era radioamador há mais de 40 anos e velejador desde jovem.
Em Portugal preparam-se duas estações uma no continente CT1XI e outra na Madeira CT3BD, e que durante dois anos consecutivos, uma ou duas vezes por dia, ininterruptamente, fizeram a cobertura da ligação radioeléctrica com o CASVIC. Quando zarpou de Lisboa em Dezembro de 1989, registaram-se problemas com o sistema da antena, mas depois de alterada a instalação e substituída a antena vertical (comercial) por uma antena filar instalada entre a popa do veleiro e o galope do mastro, a 13 m de altura, tudo funcionou na faixa de HF, com um pequeno emissor de 100W.
Este artigo pretende retomar e recordar partes dessa epopeia com jovens oeirenses, que a diáspora lançou pelo mundo e os faria cruzar com outros portugueses, recordada aqui a partir da história de vida de CR6OR, mais tarde ZS1XP, nascido no concelho de Oeiras, na freguesia do Dafundo, ainda muito jovem foi para Angola, na companhia dos pais, onde viveu até 1975.
CR6OR sempre foi dedicado à coisa da técnica em todas as suas dimensões e nesse tempo, no interior de Angola ele efectuava sucessivas experiências na faixa de VHF acompanhado por uma legenda do DX Mundial de então que foi CR6WW, residente no Brasil desde 1975.
Nas imagens, registaram em 1967 os preparativos para estabelecer contacto em 144 MHz entre Luanda e Lobito.
Mais tarde em 1969 voltaram a estabelecer contacto entre o Alto do Dondo e Benguela, uma ligação do interior para o litoral de Angola.
No ano de 1973 outro oeirense, CT1XI era mobilizado para Angola, ali foi cumprir o serviço militar no Agrupamentos de Transmissões de Angola, no Serviço de Telecomunicações Militares. De imediato iniciou a construção da primeira estação de satélite para operar em 145 MHz em SSB e CW, juntando-se ao grupo dos amadores que em Angola exploravam o VHF, em cima imagem da estação de satélite de CR6XI, constituída por um transceptor FT-200 integrado com um transverter de VHF equipado na recepção com FET’s e na emissão dispunha de um PA com uma válvula QQE-06/40, empregava duas antenas omnidireccionais em RHCP para 29 e 145 MHz.
Todos tínhamos aprendido a velejar (gratuitamente) na Mocidade Portuguesa na praia de Algés e foi justamente a partir desta viagem de circum-navegação que um grupo de velejadores, mergulhadores e radioamadores tentaram centrar em Oeiras uma associação capaz de recrear neste concelho um espaço associativo alternativo e multidisciplinar, objectivamente dirigido para temáticas ligadas com a educação ambiental e as ciências em geral e do mar, colocando em funcionamento a associação Mare Nostrum e mais tarde a Liga Ambiental para a Educação Juvenil tudo teve origem num projecto internacional dirigido em Portugal por Mariano Gonçalves que decorreu entre os anos de 1984 e 1989 e foi a Operation Raleigh.
Foi depois com o passar dos anos, que viríamos a concluir que estes modelos ocupacionais e educativos destinados a crianças e jovens não resultam em certos lugares do país, porque não suportam uma base popular. E assim se passaram 40 anos na vida destes jovens oeirenses agora sexagenários.
Na imagem de baixo momentos antigos durante a tentativa de se colocar esta obra educativa a funcionar no concelho, e que decorreu durante um programa da RDP realizado em Oeiras para apresentação do projecto, teve a presença do presidente da autarquia Isaltino Morais.
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