Ontem completaram-se os ensaios eletromagnéticos do ISTnanosat-one nos Laboratórios da ANACOM em Barcarena. Os resultados obtidos foram excelentes, cumprindo-se com margem muito folgada as exigências da Agência Espacial Europeia, ESA, onde serão feitos os ensaios finais, mas para já, fica validada a excelência do projeto de todos os sistemas eletrónicos ensaiados.
Continuaram os ensaios de CEM iniciados no dia anterior, usando-se apenas a antena bicónica, como elemento radiante, em polarizações vertical e horizontal, na faixa inferior de frequências de 30 MHz a 80 MHz. A configuração utilizada foi a mesmo com que se terminou o segundo dia, i.e. as três placas empilhadas, interligadas pelo PC104, com a EPS colocada entre a placa do COM e a do OBC (as placas constituintes do flatsat não foram utilizadas). O conjunto foi “iluminado” segundo o eixo dos -ZZ e depois dos -XX, tal como tinha sido feito para os ensaios na faixa alta de frequências, no dia anterior. O ISTnanosat-one passou todos os testes realizados.
Depois dos ensaios de imunidade a campos eletromagnéticos, passou-se à sessão de ensaios de verificação de campos perturbadores radiados pelo satélite a três metros de distância. Nesta sessão começou-se por montar o satélite na sua estrutura metálica com as placas já mencionadas, juntando-se, numa primeira fase, a placa da experiência científica Payload (ADS-B) e, numa segunda fase, a placa do transcetor (TTC). Esta configuração está ilustrada na foto 1.
Mediu-se a intensidade de campo radiado pelo satélite na faixa de frequências [30 MHz – 1 GHz]. Foram testados vários planos (XX, YY, -XX e -YY) graças à mesa giratória onde o satélite estava colocado (ver foto 2). Isto permitiu analisar o campo radiado (ver foto 3) pelas quatro diferentes faces do satélite, em ambas as polarizações da radiação incidente. Após este ensaio, rodou-se o satélite de tal forma que as faces orientadas segundo ZZ e -ZZ pudessem igualmente ser ensaiadas relativamente à radiação emitida.
Fez-se um último ensaio de radiação emitida pelo satélite equipado com os cinco subsistemas eletrónicos que o constituem (foto 4) e com a saída de RF do TTC a gerar uma potência de 27 dBm, terminada num atenuador de 40 dB de atenuação mas não carregado com 50 ohms, o que ainda permite alguma emissão de RF. Os resultados foram francamente positivos cumprindo todas as especificações requeridas pela ESA.
Falta só testar a vulnerabilidade do TTC a campos elétricos incidentes o que será feito na terceira semana de agosto. Nos ensaios realizados com a estrutura final do satélite não foram montados os painéis solares nem as antenas que, de alguma maneira, poderiam mascarar os resultados obtidos.
Uma nota final para relevar a visita que a Diretora de Gestão de Espectro da ANACOM, Engª Maria Luísa Mendes, efetuou à equipa conjunta da ANACOM e do IST que realizava os ensaios, inteirando-se do andamento dos mesmos e demonstrando assim o empenho e apoio institucional que a sua Direção tem dado ao projeto do primeiro satélite universitário português. Fica também um agradecimento muito especial ao responsável pelo laboratório LEC da Anacom, Engº Sirajali Momade, e ao Engº António Azevedo, responsável pelo LCEM, pelo seu contínuo acompanhamento dos trabalhos e empenho na colaboração prestada, extensível aos restantes elementos do laboratório, nestes três dias de intenso trabalho.
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