Crise Social em Portugal

O número de portugueses que abanda o país e vai viver para Espanha tem vindo a aumentar muito nos últimos anos.

Depois das viagens que muitos fazem a Espanha aos fins-de-semana, para se abastecerem de combustíveis, comprar gás e fazer compras em supermercados espanhóis, com o fim de poupar algum dinheiro, visto isto, os portugueses acabam por se render às vantagens de viver do outro lado da fronteira e mudam-se de vez para Espanha.

Segundo dados oficiais do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais de Espanha, no final do primeiro semestre de 2006, eram já 66.107 os portugueses com cartão ou autorização de residência em Espanha.
A idade média dos imigrantes lusitanos no país vizinho era de 37 anos.

No final de Outubro estavam registados na Segurança Social espanhola 68.001 portugueses. Este valor representa mais de 19% do total de inscritos com origem na União Europeia. Espanha conta com mais de um milhão e meio de inscritos na Segurança Social oriundos de fora da União Europeia, além dos 354.883 cidadãos comunitários.

Nos últimos dois anos e meio 20.600 portugueses foram viver para Espanha.

Cada vez mais as empresas portuguesas (pior do que antes do 25 de Abril de 1974) recusam pagar o trabalho exercido conforme o perfil do trabalhador, recusam pagar o trabalho extraordinário, as empresas recusam mesmo pagar ajudas de custo e os gastos com deslocações em serviço, incluindo combustíveis em carro próprio, ao invés dos trabalhadores disporem de carros de serviço das próprias empresas.

Mas essas mesmas companhias portuguesas, muitas delas com capitais do Estado, exploram os trabalhadores, obrigando-os a desempenhar funções acima do perfil ocupacional, e depois, recusam liminarmente pagar em conformidade com a competência e trabalho exercido.

O Estado português não faz fiscalização.
A miséria e a revolta social crescem de tom em Portugal.

As empresas portuguesas, para fugirem ao fisco, oferecem carros de gama média e alta, pagam combustíveis, pagam isenção de horário, seguros de vida e médicos, e até cartões de crédito, para os quadros médios e superiores, o que representam além do vencimento, um aumento dos salários médios em mais de 1.500 a 3.500 Euros mensais. Estes são depois custos das empresas isentos de impostos ao Estado, entre Fisco e Providência Social, ao invés, os outros trabalhadores das mesmas empresas, vivem depois com menos de 1.000 a 350 Euros mensais.

Em virtude da falta de condições sociais em Portugal, o número de portugueses com autorização para viver em Espanha tem crescido bastante nos últimos tempos.
Desde o final de 2003, foram 20.593 os portugueses que requisitaram essa autorização de residência no país vizinho. Ou seja, foi um aumento de 31% em apenas dois anos e meio.

No final de 2003, as autorizações concedidas a portugueses não iam além das 45.614. O valor cresceu para 50.995 no final de 2004 e depois novamente para 59.787 no fim do ano passado. Só no primeiro semestre deste ano, o número de autorizações de residência a portugueses cresceu 6.420.