Telémaco Pissarro, ex. CR6CW foi um Técnico de Telecomunicações dos CTT de Angola, foi piloto aviador e radioamador.
Quem passou por Angola durante os anos de 1970 e quem por lá esteve depois, nos anos de 1980, viu que ali ainda se podia recordar Telémaco Pissaro, CR6CW, em Luanda, nas instalações do antigo terminal de VHF dos CTT de Angola, existiam diversos equipamentos de rádio, projectados e construídos por CR6CW.
Telémaco Pissaro nasceu em Portugal em Março de 1931 e foi jovem para Angola com apenas 20 anos de idade. Cedo se interessou pelas ciências e pela radioelectricidade, tendo construído o seu primeiro emissor de rádio, para operar nas faixas de frequência de 7 e 14 MHz.
Tal qual acontece ainda hoje, no século XXI, no ano de 2007, em Portugal e precisamente aqui no concelho de Oeiras, também ele por lá, em África e naquele tempo, foi alvo da delação, da denúncia secreta.
Pissarro foi alvo da denúncia de um antigo colega, que era agente da PIDE, e que o denunciou pelo simples facto de que, ele gostava de ciência e tecnologia, porque possuía um equipamento de radioamador.
Na imagem, a estação de CR6CW, naquela época, a escutar sinais de rádio, as primeiras emissões do satélite americano ECHO II.
No início da guerra colonial, em 1961, os radioamadores angolanos prestaram inestimáveis serviços cívicos e humanitários à população. Telémaco Pissarro foi um dos muitos amadores que reactivou a Liga dos Amadores de Rádio de Angola – LARA, e ajudou a manter activas novas redes de radiocomunicações que apoiavam as telecomunicações em Angola.
Pissarro também foi companheiro de Carlos Mar Betencourt Faria, CR6CH, que foi o fundador do Observatório da Mulemba em Luanda, com quem partilhava o gosto pela aviação e o mergulho. Betencourt Faria, CR6CH, foi barbaramente assassinado em Luanda, depois da independência daquele país africano em 1975.
Telémaco Pissarro, ex. CR6CW está jubilado, vive em Portugal, na área metropolitana de Lisboa. Foi uma figura ligada à tecnologia, e que gerações posteriores vieram a conhecer a sua obra em Angola, depois de 1975, trabalho que perdurou no tempo e na memória colectiva de alguns portugueses que estiveram em África.
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