Centro Espacial Português no Taguspark em Oeiras

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Resultou de uma parceria entre a AMRAD e o IST-TAGUS, a criação de uma estação terrena dotada de meios técnicos específicos, para efectuar o seguimento automático e manual de satélites artificiais remotos e tripulados.

A estação foi denominada por CEP – Centro Espacial Português, possuiu o indicativo de chamada CS5CEP, atribuído à AMRAD pela ANACOM, a Autoridade Nacional de Comunicações, no âmbito do Regulamento Internacional das Radiocomunicações da UIT.

Este projecto foi iniciado no ano de 2006, mas teve origem na ideia e intenção de um grupo de jovens, dedicados às radiocomunicações por satélite, nos anos de 1975, ao lado do saudoso professor do IST, Pedro Borges Teixeira, CT1MC (falecido).

Impossibilitados então de concretizar a ideia, não sendo possível operacionalizar o projecto, por impedimentos vários, inclusive descrença e ostracismo, por falta de se acreditar nas aptidões e competências conferidas à educação e cultura científica, através do serviço de amador, vulgo e popularmente conhecido pelo termo radioamadorismo. O projecto foi assim sucessivamente adiado, durante mais de 30 anos, sendo agora possível reconduzir a ideia, que se tornou numa realidade só em 2006.

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Os professores universitários Guilherme Arroz, Rui Rocha e Moisés Piedade, com o apoio e participação dos directores do IST, Teresa Vazão e António Ferraz, contribuíram de forma decisiva, e permitiram que a AMRAD e alguns dos seus membros e dirigentes, se pudessem lançar na construção de uma obra de manifesto interesse público, única em Portugal e ímpar na Europa, hoje partilhada e participada por alunos de diversas licenciaturas desta universidade técnica, e pelos estabelecimentos de ensino básico e secundário da região metropolitana de Lisboa.

Uma forma encontrada pela AMRAD para suscitar e levar as crianças e jovens à universidade, onde lhes podem mostrar e despertar vocações para as coisas de ciência e tecnologia, como meios possíveis de desenvolvimento sustentado e de qualificação pessoal, considerando que Portugal carece de industrias e tecnologias que alternativamente, possam vir a potenciar o crescimento do bem-estar social e da economia.

A AMRAD criou a AMSAT-CT que é membro efectivo da AMSAT worldwide, para através deste organismo internacional, poder participar e estar exclusivamente focada e vocacionada para o rastreio, estudo e construção modular de satélites, que são apenas um meio para o estudo, desenvolvimento, treino e formação tecnológica e científica, ou se quisermos, um vasto campo multidisciplinar e plurisectorial, que o CEP em associação com outros organismos nacionais e internacionais, poderá explorar, produzir e conduzir mesmo a novas aplicações e ao emprego de tecnologias de outra forma inacessíveis, ao estudo e práticas destes alunos e profissionais de engenharia, que ali se juntaram, para estudar e desenvolver em parceria, com o apoio de professores, da universidade e outros agentes educativos.

Um projecto que demorou 30 anos a colocar de pé, é hoje acicatado por esses mesmos jovens de ora e outrora, alguns deles, são jubilados de longas carreiras técnicas, de ensino e investigação, mas que insistem em conferir à sociedade e aos jovens que de facto gostam e se interessam e motivam pelos temas da ciência e da tecnologia, a existência de um espaço próprio, adequado, aberto às ideias e ao saber, susceptível de dar, gratuitamente, competências e graus de qualificação complementares, quer ao ensino, quer à formação científica e experiência tecnológica profissional, um lugar plural onde todos dão e recebem saber e conhecimento.

Nesta fase, estão em curso as obras de instalação de uma nova estação de rastreio de satélites, equipada com modernos meios técnicos, parques de antenas, sistemas radioeléctricos, informáticos e de multimédia, incluindo um terminal de ligação por teleconferência através de radiocomunicações para a ISS – International Space Station (estação espacial internacional).

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De referir que o grupo que criou em 1991 o projecto da AMRAD e a fundou em 2001, foi pioneiro na Europa, e na ligação de Portugal a este organismo denominado por ARISS – Amateur Radio on International Space Station, e que foi criado pelas agências espaciais promotoras do programa da ISS, designadamente a NASA, ESA, ROSCOSMOS, CSA e outras agências internacionais.

A conclusão da última fase de ampliação do edifício do IST-TAGUS situado no campus universitário do Parque de Ciência e Tecnologia de Oeiras dotou o Centro Espacial Português, de uma nova sala, com instalações mais amplas, onde serão instalados os novos meios radioeléctricos, que permitem ao CEP a ligação por rádio a todo o tipo de meios aeroespaciais, satélites remotos e tripulados, incluindo o rastreio do espaço profundo e da radioastronomia.

Para tanto a AMRAD tem vindo a reunir nestes anos, um vasto acervo de meios técnicos e equipamentos próprios. Nestes meios, incluem-se bastidores de equipamentos electrónicos, torres, cabos e antenas especiais, de todos os tipos e modelos destinados à exploração das muito altas frequências, nas faixas de frequência de VHF, UHF e SHF até 48 GHz.

Nas imagens em cima, o transporte de diversos bastidores especiais, para a instalação de equipamentos de elevada especificidade técnica. Um projecto coordenado por membros e Voluntários da AMRAD.

A AMRAD tem pontualmente recebido alguns apoios provenientes de tecido empresarial, que de alguma forma se manifesta interessado e sensível aos temas em apreço, da educação e da cultura científica. Os organismos oficiais das administrações locais e central, não têm prestado apoio a esta obra.

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