O maior exercício de protecção civil realizado em Portugal, efectuado de forma integrada e interdisciplinar, foi realizado durante os dias 18, 19 e 20 de Maio, pela Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Este exercício envolveu diversas e complexas simulações um pouco por todo o território continental, incluindo falhas nas comunicações de emergência, a partir de situações extremas, tais como: «corte no fornecimento de energia eléctrica», «falha total das comunicações telefónicas e celulares», «accionamento da rede de emergência rádio distrital», integrando os amadores de rádio de todo o país, e ainda diversas operações de socorro, em escolas, fugas de gás, engenhos explosivos, evacuação de lares de idosos, apoios prestados a cidadãos, um sem fim de imaginativas ocorrências e desastres simulados.
Os radioamadores portugueses, individual e colectivamente, quer através de algumas associações, quer os cidadãos voluntários do serviço emissor dos postos de amador integraram 14 centros nacionais de operações de socorro (CDOS) dos 18 distritos nacionais. Apenas 4 distritos ficaram sem comunicações de emergência, por falta de estações de amadores de rádio.
Num total de mais de 450 radioamadores, dispersos pelos diversos distritos do continente, com a excepção dos CDOS de Beja, Bragança, Évora e Portalegre, todos os restantes, dispunham de meios alternativos de radiocomunicações suportados pelos amadores de rádio portugueses.
Estiveram envolvidos diferentes agentes de protecção civil, designadamente os escuteiros, as forças armadas e policiais, os bombeiros voluntários, a cruz vermelha e outros, envolvendo cinco ou mais situações de emergência, em cada um dos 18 distritos do continente.
Diversas falhas foram identificadas nas Radiocomunicações de Emergência, mediante um exercício de apoio e coordenação junto do CNOS – Comando Nacional de Operações de Socorro em Carnaxide, desta vez prestado pela AMRAD, uma ONG de profissionais de engenharia, que tem sede social no concelho de Oeiras.
Entre avarias reais que ocorreram nos equipamentos das comunicações, passando pela instalação de antenas, e falhas nas condições de propagação, incluindo mau planeamento de frequências, e congestionamento de canais de tráfego e serviço, todos estes dados, foram essenciais para se poderem determinar das necessidades de novas regulamentações e sobretudo de treino técnico e operativo destes agentes e voluntários das radiocomunicações de emergência.
Em diversos distritos, não existiam estações de rádio instaladas nos centros distritais de operações de socorro, nem sequer dispunham de antenas, foram os amadores de rádio, organizados, e dotados de meios técnicos, que instalaram e garantiram no momento, a cada um desses governos civis, a continuidade das radiocomunicações de emergência, que afinal não dispõem.
A conclusão:
A situação é de algum modo preocupante, pois se tudo fosse real, em situações de calamidade natural, ou terrorismo, a verdade é que muitas entidades nacionais, e ainda, governos civis e autarquias, ficariam privadas dos mais elementares meios de comunicações, os capazes de garantirem o suporte da informações e das decisões em tempo real.
Para tanto, a nova Autoridade Nacional de Protecção Civil, manifestou desde logo, o seu empenho, em reforçar o treino e a qualificação de todo estes agentes, incluindo as comunicações de emergência, coisa que foi, ostensivamente desprezada pelos anteriores serviços de bombeiros e protecção civil.
AMRAD em Páginas Sociais