O ISTSat-1 foi para o Espaço no voo inaugural do novo foguetão Ariane 6, no dia 9 de julho de 2024, contando agora com cerca de 5 meses de vida ativa, neste fim de ano de 2024.
As equipas do ISTSat-1 e da AMRAD, que contribuíram para o sucesso do ISTSat-1, desejam Boas Festas e um Feliz Ano Novo de 2025.
O ISTSat-1 foi o primeiro satélite realizado com tecnologia portuguesa, tendo sido concebido, projetado e fabricado por uma equipa do Instituto Superior Técnico, com o apoio da AMRAD (ramo de satélites da AMRAD: AMSAT-CT).
Apesar do satélite ter um desenvolvimento demorado no tempo e de ter sido sujeito a vários atrasos do lançamento do Ariane 6, ele foi projetado e construído com técnicas sofisticadas que permitem uma grande robustez às adversidades do Espaço, quer a nível de hardware quer de software, técnicas que têm provado a sua utilidade ao longo destes 5 meses.
O satélite faz reinicializações periódicas e, logo de seguida, faz uso dos algoritmos de controlo de atitude, durante um pequeno período de tempo, para estabilizar o satélite em termos de rotação em torno dos seus 3 eixos, usando bobinas percorridas por correntes que produzem um campo magnético que reage com o campo magnético terrestre. As mensagens de telemetria indicam o estado dos componentes principais do satélite nomeadamente: On Board Computer (OBC), Telemetry, Tracking and Command (TT&C), e Electrical Power System (EPS). Os dados fornecidos pelo OBC, relativamente ao campo magnético, indicam os últimos valores dos campos magnéticos gerados pelas bobinas de atuação na fase final da estabilização do satélite, que acabou por ficou com uma pequena rotação de cerca de 0,5°/segundo, como era esperado. O sistema de energia, que é uma das partes fundamentais de um satélite, mostra que este está a consumir uma potência elétrica de cerca de 2W proveniente das baterias que estão também a ser aquecidas a partir da própria energia armazenada, por um sistema de proteção que impede que estas atinjam baixas temperaturas, condição que é fundamental para aumentar a sua durabilidade.
System | Variable Raw | Variable Print | Value print | Unit |
OBC | time_boot | Time since last reboot | 8,45 | Hours |
OBC | time_ot | Time since deployment | 147,43 | Days |
OBC | hk_scmode | Spacecraft Mode | Safe | N/A |
OBC | adcs_state | Attitude Controller Mode | Idle | N/A |
OBC | adcs_gyro_x | Angular rate X | -0,58 | °./ s |
OBC | adcs_gyro_y | Angular rate Y | 0,53 | ° / s |
OBC | adcs_gyro_z | Angular rate Z | -0,43 | °/ s |
OBC | adcs_mag_B_x | x component of mag | 0,31 | mT |
OBC | adcs_mag_B_y | y component of mag | -0,30 | mT |
OBC | adcs_mag_B_z | z component of mag | -0,27 | mT |
OBC | adcs_sunsensor_xplus | Photodiode Voltage X+ | 0,42 | V |
OBC | adcs_sunsensor_xminus | Photodiode Voltage X- | 1,49 | V |
OBC | adcs_sunsensor_yplus | Photodiode Voltage Y+ | 0,86 | V |
OBC | adcs_sunsensor_yminus | Photodiode Voltage Y- | 1,49 | V |
OBC | adcs_sunsensor_zplus | Photodiode Voltage Z+ | 1,42 | V |
OBC | temperature | OBC Board Temperature | -4,15 | º C |
OBC | temperature1 | OBC Ex Temperature | -2,57 | º C |
OBC | hk_mon_ttc_status | TTC Status | On | N/A |
OBC | hk_mon_eps_status | EPS Status | On | N/A |
OBC | hk_mon_com_status | COM Status | Off | N/A |
OBC | hk_mon_pl_status | Payload Status | Off | N/A |
TTC | time_boot | Time since last reboot | 32,39 | Hours |
TTC | hk_scmode | Spacecraft Mode | Safe | N/A |
TTC | ax25_tx_msgs | Number of sent messages | 4728 | N/A |
TTC | ax25_rx_msgs | Number of received messages | 0 | N/A |
TTC | error_status | Error Status | No Error | N/A |
EPS | time_boot | Time since last reboot | 31,58 | Hours |
EPS | hk_scmode | Spacecraft Mode | Safe | N/A |
EPS | vcc0_voltage | Voltage TTC | 3,45 | V |
EPS | vcc1_voltage | Voltage OBC | 3,47 | V |
EPS | vcc2_voltage | Voltage COM | 0,34 | V |
EPS | vcc3_voltage | Voltage PL | 0,12 | V |
EPS | buses_voltage | Voltage EPS | 8,08 | V |
EPS | v3_3_voltage | Voltage 3.3 EPS | 3,47 | V |
EPS | battery_voltage | Battery pack Voltage | 8,15 | V |
EPS | battery_current | Battery pack Current | 0,25 | A |
EPS | battery_heater_en | Battery Heater Status | On | N/A |
EPS | battery_temperature1 | C1 temp | 1,05 | º C |
EPS | battery_temperature2 | C2 temp | 1,41 | º C |
EPS | battery_temperature3 | C3 temp | 2,73 | º C |
EPS | battery_temperature4 | C4 temp | 2,04 | º C |
EPS | eps_temperature | Eps temperature | 0,05 | º C |
EPS | battery_charge_raw | battery charge state | 100 | % |
EPS | battery_charge | average charge state | 100 | % |
Como foi relatado em informações anteriores fornecidas pela equipa do ISTSat-1, os sinais recebidos em Terra estão mais fracos do que o previsto, devido a um problema cuja causa ainda não foi identificada, o que tem dificultado a receção, sem erros, em ambientes electromagneticamente ruidosos como que existe no IST Taguspark. Todavia, usando a nova antena gigante, recentemente construída, a informação apresentada na tabela anterior, foi recolhida na estação CS5CEP, no Taguspark, sem erros, numa passagem com uma órbita de 70 ° de elevação, cerca das 6 h e 15 m da manhã do dia 4 de dezembro.
Além da estação CS5CEP, a equipa do ISTSat-1 tem tido a colaboração preciosa de vários radioamadores, salientando-se: Paulo Delgado – CT2GUR, Marco Dutra – CU7BC dos Açores (ADFMA). Na próxima semana será instalada mais uma estação de comunicação com o ISTSat-1 na casa de campo do Eng.º Victor Silvestre, CT1WO, em Caneças, num local caracterizado por baixo ruido eletromagnético e que, entretanto, foi caracterizado pela equipa do ISTSat-1.
Estas estações serão controladas remotamente a partir da estação CS5CEP, localizada no IST Taguspark e os seus sinais vão permitir desenvolver algoritmos para reduzir os erros de receção de modo a poder ser estabelecido o protocolo seguro de comando do ISTSat-1.
Além dos trabalhos de monitorização do ISTSat-1 e da recolha de dados, a equipa está já a trabalhar num novo satélite, num consórcio com a Altice Labs e a Universidade do Luxemburgo, enquadrado no programa ARTES da ESA, e a planear outro satélite cujo projecto se prevê possa ser iniciado em 2025.
Para saber mais sobre a história do ISTSat-1 siga o asteroide:
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